quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ADOLESCÊNCIA - NA BUSCA DA IDENTIDADE E DO IDEALISMO


Olá,

O desabrochar da adolescência, à semelhança do que ocorre com o botão de rosa que se abre ante a carícia do Sol, desvela-lhe a intimidade que se encontra adormecida, e desperta, suavemente, aspirando a vida, exteriorizando aroma e oferecendo pólen para a fertilização e ressurgimento em novas e maravilhosas expressões.


 A plenitude da vida, na fase da adolescência, estua e exterioriza-se, deixando que todos os conteúdos arquivados no inconsciente do ser passem a revelar-se, em forma de tendências, aptidões, anseios e tentativas de realização. Nem sempre esse despertar é tranquilo, podendo, às vezes, ser uma irrupção vulcânica de energias retidas que estouram, produzindo danos.
Noutras ocasiões pode expressar-se como sofrimento íntimo, caracterizado por fobias de aparência inexplicável, mas que procedem dos registros perispirituais, mergulhados no inconsciente, que repontam como conflitos, consciência de culpa, pudor exacerbado, misticismo, em mecanismos bem elaborados de fuga da realidade.

Reencarnando-se, para reparar os erros e edificar o bem em si mesmo, o Espírito atinge a adolescência orgânica, vivenciando o transformar de energias e hormônios sutis quão poderosos, que o despertam para as manifestações do sexo, mas também para as aspirações idealistas, desenvolvendo a busca da própria identidade. Carregando a soma das personalidades vividas em outras reencarnações, a sua identificação com o mundo atual demanda tempo e amadurecimento, mediante os quais pode aquilatar quem realmente é e o que legitimamente deseja.

 Não tendo o discernimento ainda para eleger o que é melhor, quase sempre se entrega à busca do mais imediato, porque mais simples, procurando acomodar-se às manifestações fisiológicas do comer, dormir, praticar sexo, vencer o tempo sem grande esforço. Trata-se de um atavismo pernicioso, que deve ser melhor direcionado, a fim de que seja descoberta a finalidade da existência e como alcançar esse patamar que o aguarda.

 Se o lar oferece segurança afetiva e compreensão, o adolescente tem facilidade para selecionar os valores e aceitar aqueles que lhe são mais favoráveis para o progresso. Todavia, se o grupo familiar é traumatizante, foge para comportamentos oportunistas, que parecem afugentar as mágoas e libertá-lo do cárcere doméstico.

 A influência dos pais é decisiva na elaboração e desenvolvimento do idealismo, na afirmação da própria identidade, sem que haja pressão ou autoritarismo dos genitores, antes oferecimento de meios para o diálogo esclarecedor, sem a sujeição aos conselhos castradores e impositivos, sempre de maus resultados.

Há uma tendência no jovem para fugir aos programas elaborados, às experiências vividas por outrem, ao aproveitamento da sabedoria dos mais antigos. Cada ser é uma realidade especial, que necessita vivenciar suas próprias aspirações, muitas vezes equivocando-se para melhor compreender o caminho por onde deve seguir. Em razão disso, experiência e uma conquista pessoal, que cada qual aprende pelo próprio esforço, não raro, através de erros que são corrigidos e insucessos que se fazem ultrapassados pelo êxito.

" ADOLESCÊNCIA E VIDA "  JOANNA DE ÂNGELIS


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