quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SABEDORIA DO EVANGELHO - OS LAVRADORES MAUS

Olá,

 Mat. 21 :33-42  nos narra esta parábola.

" Havia um homem proprietário que plantou uma vinha, circundou-a com uma palissada, cavou nela um lagar e edificou uma torre, e entregou-a a uns lavradores e saiu do país. 34. Quando chegou a época dos frutos, enviou seus servos aos lavradores para receber seus frutos. 35. E os lavradores, recebendo os servos dele, feriram um, mataram outro e


 

 apedrejaram outro. 36. De novo enviou outros servos, mais numerosos que antes; e agiram com eles do mesmo modo. 37. Por último enviu-lhes seu filho, dizendo: respeitarão meu filho. 38. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: este é o herdeiro; vinde, matemo- lo e tomemos sua herança. 39. E segurando-o, jogaram-no fora da vinha e o mataram. 40. Quando, pois, vier o senhor da vinda, que fará àqueles lavradores? 41. Disseram-lhe: "Perderá severamente os maus e entregará a vinha a outros lavradores, que lhe darão os frutos na época própria". 42. Disse-lhes Jesus: "

 Marc. 12:1-9

E começou a falar-lhes em parábolas: "Um homem plantou uma vinha, circundou- a com uma cerca e cavou um lagar e edificou uma torre e entregou-a aos lavradores e saiu do país. 2. E enviou aos lavradores, na época, um servo para que dos lavradores recebesse dos frutos da vinha. 3. E recebendo-o, espancaram e (o) devolveram vazio. 4. E de novo enviou a eles outro servo; e a este feriram a cabeça e ofenderam. 5. E enviou outro, e a este mataram; e muitos outros, e a uns espancaram, a outros mataram. 6. Ainda tinha um, um filho amado; enviou-o por último a eles, dizendo: respeitarão meu filho. 7. Aqueles lavradores, porém, disseram entre si: este é o herdeiro; vinde, matemo-lo e nossa será a herança. 8. E recebendo-o, mataramno e o lançaram fora da vinha. 9. Que fará, então, o senhor da vinha? Virá e perderá os lavradores e entregará a vinha a outros.

 Luc. 20:9-19 9.

Começou, pois, a dizer ao povo esta parábola:

 "Um homem plantou uma vinha e entregou-a a lavradores e viajou muito tempo. 10. Na época enviou aos lavradores um servo, para que lhe dessem do fruto da vinha; mas, espancando-o, os lavradores o devolveram vazio. 11. Resolveu enviar outro servo; a este, eles, espancando e ofendendo, devolveram vazio. 12. E resolveu enviar um terceiro; ferindo também este, expulsaram. 13. Disse então o senhor da vinha: Que farei? Enviarei meu filho amado; este, provavelmente, respeitarão. 14. Os lavradores, porém, vendo- o, raciocinavam entre eles: este é o herdeiro; matemo- lo para que a herança se torne nossa. 15. E lançando-o fora da vinha, mataram. Que fará a eles o senhor da vinha? 16. Virá e perderá esses lavradores, e entregará a vinha a outros". Ouvindo, porém, disseram: Não se faça! 17. Ele, contudo, olhando-os, disse: "Que é, então, este escrito: Uma pedra que os construtores recusaram, essa transformou-se em caS lestes nas Escrituras: Uma pedra que os construtores reprovaram, essa se transformou em cabeça de ângulo; ela foi transformada pelo senhor e é maravilhosa a nossos olhos?

44. (E o que cai sobre essa pedra, será contundido; sobre quem ela cair, ela o peneirará)." 43. Por isso digo-vos que será tirado de vós o reino de Deus e será dado a um povo que faz os frutos dele. 45. E ouvindo os principais sacerdotes e fariseus as parábolas dele, compreenderam que falou a respeito deles, 46. E procurando apoderar-se dele, temeram o povo, porque o considerava profeta. ângulo,

11. ela foi transformada pelo senhor e é maravilhosa a nossos olhos"? 12. E procuravam apoderar-se dele, e temeram o povo, pois sabiam que a respeito deles disse a parábola. E deixando-o, retiraram-se beça de ângulo? 18. Todo o que cair sobre a pedra, se contundirá; sobre quem ela cair, ela o peneirará. 19. E procuravam os escribas e principais sacerdotes pôr as mãos sobre ele, na mesma hora, e temeram o povo; pois sabiam que para eles disse esta parábola. A parábola, comum aos três sinópticos (como a do "Semeador"), inicia com uma frase de Isaias (5:1- 2), em que o profeta descreve a nação israelita como uma vinha cultivada por YHWH. Esse início esclarece com clareza insofismável que a parábola se referia aos judeus. A frase de Isaías é citada, por Mateus, literalmente. Uma vez plantada a vinha, foram providenciadas as defesas e utilidades: a palissada em volta, para defendê-la contra as inundações das chuvas hibernais; o lagar (lat. tórcular, gr. lênós, hebr. yéqêb), que consistia numa pedra com inclinação, cavando-se, em planos mais baixos, locais para onde escorria o vinho que depois fermentava; a torre servia para que os encarregados da vinha pudessem subir para vigiá-la: era a torre de vigilância. Tudo preparado, o proprietário entregou avinha a um grupo de lavradores, para que a cuidassem, e fez longa viagem fora do país (apedêmêsen, de apodêmô). Na época da vindima, manda buscar "sua parte nos frutos", o que significa pretender receber não em dinheiro, mas in natura. Ocorre que todos os servos que envia são mal recebidos, espancados e até mortos. A alusão também se torna explícita: os profetas enviados por YHWH, dono da vinha (Israel) regressavam de mãos vazias, e muitos sofreram ofensas, pancadas e até a morte (cfr. Elias, Eliseu, Jeremias, Daniel, Zacarias e até o Batista). Daí Jesus passa a falar de si: por último, manda seu filho querido, dizendo: "a este respeitarão". Na alegoria parabólica pode admitir-se. Na vida real, porém, é comportamento inconcebível. Se o proprietário tem força para castigar os lavradores, como o fez mais tarde, por que mandar o filho sozinho, e não com uma escolta para defendê-lo? Os lavradores, que já se supunham donos da vinha (como o clero se julga dono da igreja e os sinedritas se achavam donos de Israel), decidem matar o herdeiro, para legitimar a posse dos bens materiais. Matam-no e jogam o cadáver fora do cercado da vinha (Marcos). Em Mateus e Lucas, o filho é morto C. TORRES PASTORINO Página 30 de 143 já fora, o que pode explicar-se pelo fato de ter Jesus sofrido a crucificação "fora da porta de Jerusalém" (Hebr. 13:12) ou então por influência do que ocorria com o "bode expiatório", ou ainda do sucedido a Naboth (1.º Reis, 21:13), que foi levado fora da vinha e lapidado. Parece, pois, que a lição original é a de Marcos. Esta foi a primeira vez que Jesus falou em Seu sacrifício perante o público, fora do círculo restrito de Seus discípulos. À pergunta: "Que fará o dono da vinha aos lavradores" temos, em Mateus, a resposta dada pelos ouvintes; em Marcos e Lucas, dada pelo próprio Jesus. Agostinho (Patrol, Lat. vol, 34, col. 1142/3, "De consensu") preocupa-se com essa divergência e dá uma explicação que não satisfaz, dizendo que "sendo os discípulos membros de Jesus, as palavras deles Lhe podem ser atribuídas" (mérito vox iílorum illi tribueretur, cujus membra sunt). Ora, não vemos importância maior em que a resposta seja colocada na boca deste ou daquele, pois se trata de simples questão de estilo literário. O teor da resposta é óbvio e lógico: o dono da vinha castigará aqueles lavradores e entregará a vinha a outros honestos. Lucas introduz um protesto popular, com uma expressão muito comum em latim ("absit!") e em grego ("mê génoito!"), que poderíamos dar com uma expressão bastante corrente entre nós: "Deus nos livre!". Mas a alegoria foi tão clara, que todos os fariseus e sacerdotes perceberam que se referia a eles, embora não pegassem o sentido daquele "Filho que foi assassinado", pois jamais aceitariam que esse fosse Jesus. Nunca admitiriam que um operário-carpinteiro, que não pertencia ao clero sacerdotal "escolhido", pudesse ser enviado divino, tal como hoje o Vaticano não aceitaria, em hipótese alguma, um leigo, fora de seu quadro religioso, como emissário divino. Bastaria citar uma Joana d'Arc, um Lutero, um Giordano Bruno, e a lista cresceria muito mais.

SABEDORIA DO EVANGELHO  -  CARLOS TORRES PASTORINO.

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