segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

EVANGELHO - ESMOLAS, ORAÇÃO, JEJUM II

 Olá,

Mateus  cap. 6

7 E quando orais, não faleis muito como os gentios; pois cuidam que pelo muito falar serão ouvidos.
A prece não vale pelas palavras com que é formulada, e sim pelo sentimento que a inspira. Não são os lábios que devem orar, mas o próprio coração.



8 Não queirais portanto parecer-vos com eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, primeiro que vós lho peçais.
  É verdade que o Pai sabe o que é necessário a cada um de nós, antes que lho peçamos. Jesus, neste versículo, quer dizer-nos que, velando pela criação inteira, está a Providência Divina, que a tudo provê. Contudo, temos obrigação de orar, tanto assim que Jesus nos ensina como devemos orar. A prece é um dever e uma necessidade. Como dever, é um ato de adoração e de agradecimento ao Pai, do qual recebemos a vida. É uma necessidade, porque é por meio da prece que movimentamos as forças magnéticas que nos protegerão contra as investidas maléficas do invisível; e com ela melhoramos nossa vida, adquirindo forças para suportarmos com resignação e coragem as provas e as expiações. E para corrigirmos nossas imperfeições e livrarmo-nos dos vícios, é ainda a prece um auxiliar poderoso, porque fortifica nossa vontade.

9 Assim pois é que vós haveis de orar: Pai nosso que estás nos céus; santificado seja o teu nome.
O Pai Nosso, a oração universal por excelência, a prece maravilhosa que Jesus nos ensina, além de ser uma oração completa que dirigimos a Deus, é também uma norma de bem viver, um guia seguro para vivermos cristãmente. Iniciamos a prece por um ato de adoração a Deus, em cuja presença se move o Universo. E como o nome de Deus é santo, devemos pronunciá-lo sempre com o máximo respeito.

10 Venha a nós o teu reino. Seja feita tua vontade, assim na terra como nos céus.
O reino que desejamos é um mundo, onde todos sejam felizes. É, portanto, nosso dever trabalhar para que haja a maior soma possível de felicidade na terra. Só Deus sabe o que convém a cada um de seus filhos; por conseguinte, devemos conformar-nos com a Vontade Divina que rege o Universo.

11 O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje.
  Rogamos ao Pai celestial os meios de subsistência material e espiritual. A subsistência material, conseguimo-la pelo trabalho; e a espiritual, pelo cumprimento, pelo estudo e pelo respeito às leis divinas.


12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores. 
 Para recebermos uma graça de nosso Pai, devemos ter iniciativa. Se não procurarmos merecer o favor divino, estacionaremos na estrada do progresso. E se lutarmos para alcançar o auxilio celeste, tanto mais depressa construiremos nossa felicidade. Todavia, o auxílio divino está sempre subordinado aos atos que praticamos para com nosso próximo. É necessário, pois, que façamos o máximo de bem possível a nossos irmãos, para que Deus nos favoreça com sua misericórdia. Um dos benefícios, que Jesus nos ensina a obtermos de Deus, é o perdão das faltas, que cometemos contra suas leis. Ora, nossos irmãos cometem faltas contra nós; se lhes perdoarmos os prejuízos morais ou materiais que nos causam, é certo conseguirmos o perdão de Deus, pelos erros em que incidimos durante nossa encarnação. Aqui Jesus nos faz ver a necessidade de usarmos de nossa misericórdia para com os outros, a fim de que o Pai use de sua misericórdia para conosco.

13 E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal. Amém.
Pedimos ao Pai as forças suficientes para resistirmos às tentações que se nos apresentam durante a vida; por isso, quando formos tentados, devemos elevar ao Alto o nosso pensamento, donde nos virá o auxílio. Roguemos ao Senhor que nos livre do mal, mas não o pratiquemos nem por atos, nem por palavras, nem por pensamento.

14 Porque se vós perdoardes aos homens as ofensas que tendes deles, também o vosso Pai celestial perdoará os vossos pecados. 15 Mas se não perdoardes aos homens, tampouco o vosso Pai vos perdoará os vossos pecados.
Os atos que praticamos aqui na terra são a favor de nosso próximo, ou contra ele. Quando são a favor de nosso próximo, dizemos que são atos bons. Quando são contra nosso próximo, dizemos que são atos maus. Dentre os atos maus, destaca-se a vingança. Vingar-se é retribuir o mal com o mal. Todo mal causa sofrimentos. Por conseguinte, a vingança perpetua o sofrimento na face da terra. E, quando os contendores desencarnarem, o mal continuará seus maléficos efeitos no  mundo espiritual. Infelizmente não pararão aí as terríveis consequências da vingança: projetar-se-ão pelas reencarnações futuras, até que os infelizes irmãos, que não souberam perdoar, aprendam a praticar a lei do perdão, que a vingança os fizera desprezar. Por isso, Jesus, que veio ensinar-nos como terminar com o sofrimento que infelicita a terra, recomenda-nos, insistentemente, que não menosprezemos a lei do Perdão. A toda ofensa que nos fizerem, retribuamos com o bem ou a esqueçamos completamente, a fim de extinguirmos, de pronto, os focos de futuros tormentos. O perdão espiritualiza a criatura, ao passo que a vingança a confina nos ambientes de trevas. E aqui Jesus nos quer dizer: — Se perdoares, Deus te perdoará, isto é, nada ficarás a dever a teu próximo e, portanto, nada terás de resgatar no futuro. Se não perdoares, Deus não te perdoará, isto é, tu te tornarás devedor do mal que tua vingança causou e serás obrigado a saldar a dívida, que contraíste perante tua própria consciência. E o Espiritismo te revela que em perdoares, nada perderás, porque a Providência Divina saberá dispor as coisas para que teu ofensor te dê a reparação no momento oportuno; se não for nesta, será nas futuras reencarnações, ou no mundo espiritual, onde se encontrarão algozes e mártires, vítimas e ofensores.

O Evangelho dos  Humildes    Eliseu   Rigonatti

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