Olá,
MATEUS CAP.8
28 E quando Jesus passou à outra parte do lago, ao país dos gerasenos,
vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, que saíam dos sepulcros,
em extremo furiosos, de tal maneira, que ninguém ousava passar por
aqueles caminhos.
29 E gritaram logo ambos, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, filho
de Deus?
Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?
30 Ora em alguma distância deles andava uma manada de porcos
pastando.
31 E os demônios o rogavam, dizendo: Se nos lanças daqui, manda-nos
para a manada dos porcos.
32 E ele lhes disse: Ide. E saindo eles se foram aos porcos e no mesmo
ponto toda a manada correu impetuosamente por um despenhadeiro a
precipitar-se no mar; e todos morreram afogados nas águas.
33 E os pastores fugiram; e vindo à cidade, contaram tudo, e o sucesso
dos que tinham sido endemoninhados.
34 E logo toda a cidade saiu a encontrar-se com Jesus; e quando o viram,
pediram-lhe que se retirasse do seu termo.
É comum depararmos com espíritos obsessores que não sentem o menor
desejo de se regenerarem nem de deixarem suas vítimas. Quando doutrinados,
imprecam contra quem os chama ao reto caminho e tudo fazem para não
escutarem palavras de bom senso.
Nestes casos, o doutrinador deve possuir
grande força moral para ser obedecido.
É o que nos ensina esta passagem
evangélica: os espíritos obsessores não puderam desobedecer a Jesus;
porém, como não tinham vontade de se corrigirem, acharam mais fácil
atormentar os porcos do que aproveitar a oportunidade de melhoria que Jesus
lhe oferecia.
Como a cura dos obsidiados lhes custou a perda dos porcos, os pastores
se revoltaram. Estes pastores simbolizam duas espécies de indivíduos: os que
dão mais valor às coisas terrenas do que às espirituais e os que recebem
graças espirituais e não sabem reconhecê-las.
Os primeiros só vêem a matéria
e repelem sistematicamente qualquer tentativa que vise despertá-los para a
espiritualidade. Os segundos jamais se lembram de agradecer a Providência
Divina pelo que recebem, como os gerasenos que não se mostraram
agradecidos a Jesus, pela cura de seus endemoninhados.
É verdade que
Jesus não está à espera de agradecimentos, pois que cada um sempre
receberá de acordo com seus merecimentos; contudo, o saber agradecer e ser
reconhecido é prova de humildade e de elevação espiritual.
É digno de notar-se o exemplo de tolerância que Jesus nos dá: ao ser
convidado a retirar-se das terras dos gerasenos, Jesus não alterca com eles
nem lhes lança em rosto o benefício que tinha feito aos obsidiados que sofriam;
respeita-lhes a incompreensão, perdoa-lhes a ingratidão e retira-se.
O EVANGELHO DOS HUMILDES ELISEU RIGONATTI
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