sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

ADOLESCÊNCIA - os bacilos psíquicos.II

Olá,

Na Doutrina Espírita, não existe norma que exija a abstinência sexual de seus adeptos, mas, sim, todas as explicações e orientações para ajuizar-mo-nos a respeito do que é mais saudável moralmente em matéria de amor sexual. Somos livres para fazer o que desejarmos, mas seremos inelutavelmente escravos dos resultados daquilo que produzirmos, quer seja por pensamentos, palavras, emoções e atos.
 Em virtude de nossas imensas fraquezas no campo do instinto sexual, adquiridas por nossos deslizes praticados


em vidas passadas e que na vida atual despontam dos arquivos transcendentais de nossa personalidade espiritual — a subconsciência, e dos perigos morais surgidos com a liberação e a devassidão sexual de nossos dias, o melhor que o espírita interessado sinceramente em sua reforma íntima poderá fazer, em qualquer faixa etária consciente, é controlar e disciplinar os próprios impulsos genésicos, conduzindo suas energias sexuais — faculdades criadoras no corpo e no Espírito —, para atividades enobrecedoras do estudo edificante e das boas obras, e empregando-as com dignidade e respeito na união conjugal.
 Quanto à filosofia materialista dos tempos atuais que prega, ensina e divulga a prática do prazer sexual sem responsabilidade, sem controle e sem discernimento, é oportuno refletirmos a respeito das palavras do apóstolo Paulo, que nos convida ao uso da prudência em nossa conduta:
 “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm; todas me são lícitas, mas nem todas edificam.” (1 Coríntios, 10:23.)
 Na esfera física, assimilamos continuamente os pensamentos de pessoas desencarnadas, que pensam, sentem e agem como nós. É a lei de atração das afinidades: “semelhante atrai semelhante”. Portanto, Espíritos libertos da vida corpórea, escravos da viciação sexual, podem participar de relações sexuais de criaturas encarnadas e mesmo dominá- las no período do sono, quando o Espírito anseia por desprender-se do corpo denso, para satisfazer seus interesses inferiores.
 Para ajuizarmos melhor a respeito do vampirismo espiritual na esfera psicossexual, reproduziremos alguns trechos do “caso Marcondes”, narrado pelo Espírito André Luiz, no livro “Missionários da Luz”, o qual vem comprovar a lei de sintonia universal “de mente para mente”, a subjugação ao poder de influenciação das entidades infelizes e desequilibradas do mundo espiritual que  atraímos pelos nossos pensamentos, desejos, vícios e maus hábitos.
 Senão, vejamos o interessante fato registrado por André Luiz e o seu amigo Sertório, quando visitavam o companheiro Marcondes, com o intuito de conhecer a causa de sua ausência a uma importante assembléia de estudos no Plano Espiritual. Chegando à residência do referido servidor, depararam com o inusitado quadro:
 “Marcondes estava, de fato, ali mesmo parcialmente desligado do corpo físico, que descansava com bonita aparência, sob as colchas rendadas. (...) revelava a posição de relaxamento, característica dos viciados do ópio. Ao seu lado, três entidades femininas de galhofeira expressão permaneciam em atitude menos edificante. (...) as entidades visitantes eram da pior espécie, de quantas conhecia eu nas regiões das sombras. Irritadas talvez com o recuo do companheiro, que se revelava triste e humilhado, prorromperam em grande algazarra, acercando-se mais intensamente de nós, sem o mínimo respeito. — Impossível que nos arrebatem Marcondes! — disse uma delas, enfaticamente.
— Afinal de contas, vim de muito longe para perder meu tempo assim, sem mais nem menos!
 — Ele mesmo nos chamou para a noite de hoje — exclamou a segunda, atrevidamente — e não se afastará de modo algum.
 (...) A terceira entidade, que parecia reter instintos inferiores mais completos, aproximou-se de nós com terrível expressão de sarcasmo e falou, dando-me a entender que aquela não era a primeira vez que Senário procurava o sítio para os mesmos fins e nas mesmas circunstâncias:
 - Os senhores não passam de intrusos. Marcondes é fraco, deixando-se impressionar pela presença de ambos. Nós, todavia, faremos a reação. Não conseguirão arrancar-nos o predileto. E gargalhando, irônica, acentuava:
 —Também temos um curso de prazer. Marcondes não se afastará.” (“Missionários da Luz” — André Luiz / F. C. Xavier CAP.08)
Marcondes encontrava-se profundamente mergulhado no charco do prazer sexual inferior, em completa dependência das vibrações mentais grosseiras das entidades femininas altamente desequilibradas no instinto sexual. Estes Espíritos infelizes são as próprias criaturas humanas desencarnadas, dando continuidade, na vida após a morte, a tudo aquilo que mais desejaram, amaram, praticaram e viveram na Terra, seja no campo da virtude ou dos vícios, do amor ou da paixão, do bem ou do mal.
Com este relato, conclui-se que até mesmo num simples sono noturno os Espíritos vampiros do sexo podem estar presentes em nosso leito, atraídos pelos nossos desejos, pensamentos e vícios, dominando nossas forças, intoxicando nossas energias e roubando os nossos melhores recursos vitais.
 Se em nosso diário sono noturno podem ocorrer desdobramentos acompanhados de fenômenos espirituais de baixo teor vibratório, como as obsessões, perseguições e dominações mentais, o que poderá ocorrer de vampirismo sexual por intermédio de entidades viciadas e escravas do prazer,  quando presentes nas relações sexuais de criaturas encarnadas destituídas de valor moral, disciplina e vigilância dos pensamentos?
E, ainda, o que pensar em termos de escravização psíquica, das pessoas encarnadas quando cultivadoras dos vícios perigosos do álcool e dos tóxicos?
Certamente que o vampirismo espiritual vai ser bem mais acentuado e dominador. O domínio das entidades espirituais desequilibradas sobre os encarnados tem sua ação destruidora tanto sobre o organismo físico quanto sobre a estrutura sensível do corpo espiritual.
Isto é o que André Luiz registrou no livro “No Mundo Maior”, na preleção do orientador espiritual Eusébio:
“(...) os filhos da Terra abeiram-se de novo abismo, que o olhar conturbado não lhes deixa perceber. Esse hiante vértice, meus irmãos, é o da alienação mental, que não nos desintegra só os patrimônios celulares da vida física, senão também nos atinge o tecido sutil da alma, invadindo-nos o cerne do corpo perispiritual”. (“No Mundo Maior” — André Luiz / F. C. Xavier — CAP.02)
O desequilíbrio sexual é uma das causas da alienação mental, seja praticada por heterossexuais, homossexuais ou bissexuais. O prazer sexual desvairado traz como resultado dolorosas feridas que deixam marcas profundas no corpo e na alma, consequências não somente das doenças venéreas que destróem a vida orgânica, mas essencialmente devido ao aniquilamento das reservas de fluídos vitais, bem como o destrambelhamento da estrutura psíquica, cuja recuperação será longa e difícil, podendo demandar anos ou séculos, de conformidade com a aplicação da vontade, no desejo resoluto de renovar o destino.

SEXO E EVOLUÇÃO         WALTER BARCELLOS

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