quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Analisar - Controle doutrinário das publicações

Olá,

 09/12/1943


“(...) tendo consultado a Emmanuel sobre o assunto da tradução dos livros dele e de Humberto de Campos para o espanhol, conforme sua notícia, disse-me o nosso generoso amigo espiritual que o caso é da alçada da Diretoria da Federação (...). 
Falamos portanto aqui, não como espíritas regionais, mas como companheiros da Federação e concluímos que não seria razoável ir entregando assim, sem condições, esse trabalho pelo qual a Casa de Ismael tanto se tem esmerado.
 Não seria dar tudo por nada? Cremos que a Federação tem o direito de exigir alguma coisa, mormente no que se refere ao controle doutrinário das publicações e a determinada parte do problema de venda dos livros. (Os últimos destaques são da compilação.) 

Estamos diante de um negócio material, porque, se a Federação não agir com espírito de vigilância, também não poderá reclamar quanto a qualquer desvio de natureza espiritual nessas traduções, não acha Você?
 E, além disto, a Federação é uma Casa de auxílios concretos. Não está aí a multidão de problemas, pedindo recursos materiais?
 Qualquer percentagem exigida pela Casa de Ismael nesse assunto viria atender a muitas questões de beneficência, inclusive o próprio alívio na aquisição de papel com que a nossa Livraria pudesse facilitar cada vez mais o acesso do povo ao livro de nossa Doutrina Consoladora. Este é o nosso humilde ponto de vista — o do modesto Grupo Espírita de Pedro Leopoldo.
 Espero que nossas palavras sejam recebidas na conta do nosso grande amor à realização evangélica da Federação, com quem nos sentimos profundamente irmanados. 
Gostaríamos que Você levasse nosso ponto de vista ao Quintão, pois muito temos ganho na experiência e conselhos dele. Quanto ao mais, o que resolverem há de ser sob o amparo da Proteção de Jesus e nisto confiamos. (...)” 

 O texto acima é bastante interessante.
 Quando Chico Xavier cedeu à FEB todos os direitos sobre a sua produção mediúnica, fê-lo conscientemente, por ter reconhecido na Casa de Ismael as condições imprescindíveis para a execução de todo o programa elaborado pelo Mais Alto. Portanto, no instante em que dá a sua opinião sobre as traduções, faz questão de ressaltar que, ele, de conformidade com Emmanuel, apoia a orientação a ser seguida pela Diretoria da FEB. Por isso analisa o assunto sob a perspectiva muito mais ampla, não fosse ele um dos esteios básicos de toda essa planificação do Mundo Maior.
 Compreendendo a importância do momento, pois dali para a frente cada vez mais se apresentariam ensejos de expansão dos livros dos quais se fazia medianeiro, opina com vistas ao futuro.
Que a FEB mantenha o controle doutrinário das publicações. E que, muito justamente, tenha também parte na venda dos livros a fim de atender a todos os seus encargos no plano material.
 Prevê, ainda, que seria imprescindível que a Federação agisse com “espírito de vigilância”, pois, caso contrário, poderia haver algum desvio de natureza espiritual nas traduções.
Chico Xavier ao emitir essa opinião evidenciou firmeza e segurança, não admitindo que se fizessem concessões a quem quer que fosse em prejuízo da Casa de Ismael, legítima depositária dos seus livros mediúnicos. E não admitindo, principalmente, qualquer alteração que viesse a desfigurar a obra orientada por Emmanuel.
 Observamos, entretanto, o cuidado com que escolhe as palavras para formular um enunciado tão seguro e positivo, cuidado este que lhe é inerente, já que tendo autoridade moral não é, por isto mesmo, autoritário.
Fala e escreve com brandura e amor.E destaca no penúltimo tópico que  este é o " humilde ponto de vista" do Grupo Espírita de Pedro Leopoldo, ressaltando o grande amor que tem pela Federação, com quem nos sentimos profundamente irmanados.

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