sábado, 8 de fevereiro de 2014

Analisar - Originais do livro. — O mandato mediúnico

Olá,

7 — 12—1943

 (Wantuil estava há pouco na Presidência, à qual ascendera em vista da sua escolha após a desencarnação, 01/10/1943, do Dr. Luiz Olímpio Guillon Ribeiro. Wantuil o Gerente do “Reformador”.
 Chico Xavier dirige-lhe palavras de estímulo, referindo-se ao apoio que está «laudo o novo Presidente ao programa do Esperanto, a cargo de Ismael Gomes Braga, que, por isso, sente-se muito feliz. Chico agradece, outrossim, o envio do primeiro número de “Reformador” da edição já sob a responsabilidade do novo Presidente e que contém palavras referentes à desencarnação de seu antecessor, cujo retrato foi estampado na primeira página. As referências de Chico Xavier a Guillon são muito carinhosas: “generoso orientador que nos antecedeu na grande jornada.”.


  “(...) Relativamente aos originais dos nossos humildes trabalhos mediúnicos, para mim será muito mais interessante que a Federação os guarde nos arquivos da Casa. Fico muito grato ao seu carinho. Havia pedido a restituição dos mesmos, porque tendo tido necessidade em 1942 de rever algumas páginas de “Paulo e Estêvão”, pedi à Livraria me emprestasse o original do livro, crendo que estivessem sendo arquivados, mas fui informado de que os originais, após a publicação, eram inutilizados. Felizmente, ainda tínhamos aqui uma cópia que descobri, depois, por ter sido guardada por um companheiro de doutrina, que muito me ajuda no serviço de datilografia e pude, assim, fazer a consulta. Desde então, pedi ao nosso amigo Sr. Carvalho que me enviasse os originais de que não precisasse, porque ficariam guardados conosco. Tenho aqui apenas o original de “Renúncia”, porque os anteriores a esse livro não foram arquivados. O meu amigo daqui, porém, ao qual já me referi linhas acima, tem cópias a carbono e isso me alegra porque tinha receio de não ficarmos com cópia alguma dos trabalhos senão as publicações. Já que Você, porém, quer fazer o grande obséquio de arquivar aí os originais,creia, meu bom Wantuil, que isto me conforta e alegra muitíssimo. Não digo isto por mim, pois bem sei que de nada valho, mas é que a obra de Emmanuel costuma ser atacada, de vez em quando, pela ignorância de algumas criaturas sem a claridade do Evangelho e será sempre útil que tenhamos esses originais em mão para qualquer exame, não acha Você? (...)”

Chico Xavier não é apenas o médium, o meio para a comunicação dos Benfeitores Espirituais, mas, também, o zeloso guardião desse tesouro espiritual, atento e vigilante em todos os instantes, para que a obra não seja atingida.
 O mandato mediúnico e, no caso de Chico Xavier, o mediumato, é muito mais abrangente do que se poderia supor. O mediumato confere ao médium a responsabilidade de ser co-partícipe de toda uma planificação do Mundo Maior. Ele não será somente o instrumento, mas parte integrante de um programa que a Espiritualidade Superior traçou, portanto, plenamente identificado com os objetivos a serem alcançados e pelos quais labora de comum acordo e sintonia com os que, na esfera espiritual, também sejam partes dessa programação. O médium torna-se o representante dos Espíritos Benfeitores no plano terrestre.
 Assim, desde o instante em que os ensinamentos vertem do Mais Alto e pelos canais mediúnicos se expressem nas dimensões terrenas, ele — o médium — torna-se-lhe o guardião, o depositário, que terá, a partir desse momento, de cuidar para que a obra projetada tenha o curso esperado.
 Para que isto se dê, evidentemente, outros companheiros são convocados à colaboração entre os encarnados, cada um deles com tarefas definidas e que somarão seus esforços para que o programa seja executado.
 Essa é a primeira carta, sob nosso exame, da correspondência mantida entre Chico Xavier e Wantuil de Freitas, no decorrer dos anos em que este ocupou o cargo de Presidente da Federação Espírita Brasileira. 
Quando Chico Xavier endereçou-a a Wantuil de Freitas, este acabara de assumir a Presidência. Dirige-lhe então palavras de estímulo. Na realidade, Chico está saudando em Wantuil de Freitas o companheiro que assumira, juntamente com ele, a grandiosa tarefa de difundir o livro espírita em nosso país. A nobre tarefa do livro — a qual ambos se comprometeram, ainda no Plano Espiritual Maior, a desenvolver na Pátria do Evangelho.
 Wantuil de Freitas chega na hora certa à Presidência da Casa de Ismael. O trabalho mediúnico de Chico Xavier se ampliava. A partir daquela data, livros e mais livros sairiam de suas mãos abençoadas, transmitidos pelos Espíritos de Luz, para que a missão do Consolador Prometido por Jesus se estendesse e, sobretudo , se tornasse mais acessível a todas as criaturas.
O Programa está traçado. Todos seriam atendidos e consolados, independentemente de seu nível sócio econômico e cultural. Haveria consolo para todos os corações, far-se-ia luz para todas as consciências e a palavra de Jesus prosseguiria ecoando em todos os quadrantes da Terra.
Para isto, a figura de Wantuil de Freitas é peça essencial nessa grandiosa  programação. É o homem talhado para abrir o caminho e implantar definitivamente a  estrutura que os Altos Planos Espirituais requeriam.
É o programa de Ismael — o Guia Espiritual do Brasil — a se ampliar.
Atendendo ao seu chamado, vários obreiros disseram “presente” e colocaram mãos à  charrua para a edificante tarefa da sementeira de luz.
Por certo que Chico Xavier se sente feliz e sossegado quando reconhece em Wantuil  aquele coração amigo e companheiro do seu, ao qual poderia entregar o imensurável  tesouro que Ismael lhe confiara. Sabe ele, Chico, que há agora uma equipe a postos, unindo esforços nos dois planos da vida, sob a tutela de Emmanuel, garantindo assim o êxito da tarefa do livro espírita no Brasil.
Chico Xavier fica profundamente feliz, pois entende que Wantuil de Freitas, ao pretender a guarda na Federação dos originais dos livros o está auxiliando a zelar por toda a obra. Em sua característica humildade diz ao final: “Não digo isto por mim, pois bem sei que de nada valho, mas é que a obra de Emmanuel costuma ser atacada, de vez em quando, pela ignorância de algumas criaturas sem a claridade do Evangelho (...)

Suely C. Schubert                     Testemunhos de Chico Xavier

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