terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Cotidiano - Ensaio de Compaixão

Olá,

E fiquei a pensar, indagando de mim própria quanto ao motivo de analisar, com tanta volúpia, os defeitos alheios.
Se noticias de um delito espetacular me alcançasse os ouvidos, fixava-me na busca de pormenores da ocorrência.
 A fim de desenhar na memória a figura do agressor; se algum problema de sovinice me viesse ao acontecimento, procurava a s causas do desajustes para reprovar intimamente quem estivesse
cultivando a cobiça; se algum desequilíbrio emotivo aparecesse, alterando negativamente essas ou aquela pessoas empenhava-me a conhecer o portador de semelhante irregularidade, de modo a evitar-lhe a presença; se algum distúrbio, surgisse, complicando grupos sociais, mentalizava-lhe as origens, para censurar aqueles que o provocassem prejudicando o caminho de muita gente.
 - Por que - perguntava a mim mesma - essa inclinação para condenar instintivamente os outros, sem a menor consideração?
 Por que me arraigar no mal se conhecia a estrada do bem?
 Foi quando um mentor amigo acorreu em meu socorro e observou:
 - Filha, o aperfeiçoamento é a obra de muito esforço em longo tempo.
Já passei pelo hábito das indagações inúteis e só consegui a superação desejada, colocando-me no lugar dos irmãos que supomos errados.
 E prosseguiu, depois de pequeno intervalo:
 - Qual seria o seu comportamento, se visse o assassinato de um filho, sob os seus próprios olhos? Como reagiria você perante uma filha que trocasse a tranquilidade do lar pelas aventuras infelizes? Como procederia você, a fim de proteger vários filhos pequeninos  com o esposo em penúria, dentro de longo período de hospitalização?
E se um obsessor com larga força de afinidade sobre o seu psiquismo, a induzisse, através de hipnoses reiteradas à degradação de si própria, o que faria?
Ante o meu silêncio, o amigo aditou:
 - Pensemos por nós mesmos.
Certamente as Leis de Deus nos concedem facilidades para julgar as nódoas alheias, a fim de observarmos as nossas próprias fraquezas, aprendendo compreensão e misericórdia, de maneira a nos corrigir sem exercícios difíceis de suportar...
O instrutor despediu-se, sorrindo, e concluí que, pela Bondade do Senhor, ali tivera, no chamado Mais Além, o meu primeiro ensaio de compaixão.

 Meimei/ Carlos A. Bacelli/ Francisco C. Xavier                                        Esperança e Vida

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