domingo, 1 de junho de 2014

Viagens Espíritas 1862

Olá,

A Viagem Espírita em 1862 levou Allan Kardec a mais de vinte cidades diferentes, nas quais presidiu a cerca de cinquenta reuniões. Um convite subscrito por 500 assinaturas, efetuado mais uma vez pelo grupo lionês, promoveu-a. No decorrer dessas seis semanas de 1862, ao outono sucedeu o inverno, e foi através da chuva, do frio e da neve que o grande missionário se locomoveu pela província francesa.
Em novembro do mesmo ano, pelo editorial da Revue, prestava conta de seus passos, escrevendo:

“Acabamos de fazer uma visita a vários centros espíritas da França, lamentando que o tempo não nos tenha permitido ir a toda parte onde nos haviam convidado, nem prolongar nossa visita a cada localidade tanto quanto desejávamos, dada a acolhida simpática e fraterna recebida. Durante uma viagem de mais de seis semanas e um percurso de 693 léguas, estivemos em vinte cidades e assistimos a mais de cinquenta reuniões. O resultado nos deu uma grande satisfação moral, sob o duplo aspecto das observações colhidas e da constatação dos imensos progressos do Espiritismo.
“O relato dessa viagem, que compreende principalmente as instruções por nós oferecidas aos vários grupos, é muito extenso para ser publicado na Revista, pois absorveria quase dois números. Fizemos uma separata, do mesmo formato, a fim de, caso necessário, a ela ser anexada.”
Esse editorial é fechado com chave de ouro através de dois magníficos parágrafos:
“Parece-nos indicado aproveitar esta circunstância para retificar uma opinião que se nos
afigurou muito generalizada. “Várias pessoas, principalmente na província, tinham pensado que o custo dessas viagens

corria por conta da Sociedade de Paris. Tivemos que explicar esse erro, sempre que se apresentou. Aos que possam ainda pensar assim, lembramos o que foi dito em outra ocasião: a Sociedade se limita a cobrir as despesas correntes e não possui reservas. Para que pudesse constituir um capital, teria que visar o número de adesos: é o que não faz, nem quer fazer, pois seu objetivo não é a especulação, e o número não importância aos seus trabalhos. Sua influência é toda moral e o caráter de suas reuniões aos estranhos a idéia de uma assembléia grave e séria. Este é o seu mais poderoso meio de propaganda. Assim, não poderia ela prover nenhuma despesa. Os gastos de viagem, como todos os decorrentes das relações que estabelecemos em favor do Espiritismo, são cobertos por nossos recursos pessoais e nossas economias, acrescidos do produto de nossas obras, sem o que ser-nos-ia impossível enfrentar todos os encargos consequentes da obra que empreendemos. Digo isto sem vaidade, mas unicamente em homenagem à verdade e para edificação dos que imaginam que entesouramos dinheiro.”

   Wallace Leal V. Rodrigues                Prefácio     Viagens Espíritas  1862                                

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