terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Evangelho - Jesus e Deus – 1º

Olá,

 Meu Pai e eu somos um.

 Aqueles que afirmam, ou, pelo menos, crêem que Jesus e Deus são a mesma entidade, louvam-se, sem dúvida, nas seguintes palavras do Mestre: — “Meu Pai e eu Somos um.”
 Baseando-nos, contudo, nessas palavras para cultivarmos a crença de que Jesus é o próprio Deus, seremos, forçosa e inevitavelmente, compelidos a também igualar o Mestre aos discípulos, o Cristo aos apóstolos, pois no Evangelho de João (capítulo 14º, versículo 20) está escrito: “... estou em meu Pai e vós em mim e eu em vós”.

Não há outra alternativa. Não há diferença entre as duas frases:
 “Meu Pai está em mim e eu nEle”, com que se refere Jesus a Deus, e a outra: “Vós (estais) em mim e eu em vós”, com que o mesmo Jesus se reporta aos discípulos.
 De fato Jesus sempre esteve com Deus. E Deus, por sua vez, sempre esteve com Jesus.
 A vontade de um sempre foi a do outro. São um pelo pensamento — uma vez que tudo quanto o Cristo realizava e realiza ainda é sob a inspiração direta de Deus.
 A Alma puríssima de Jesus é o cristalino espelho onde a vontade do Senhor dos Mundos se reflete soberana e misericordiosa.
 Deus é o Pai, Jesus é o Filho. Deus é o Soberano Universal, Causa Primária de Todas as Coisas, Inteligência Suprema do Universo, como O define o Espiritismo. Jesus é o Seu Embaixador na Terra. Deus criou o Universo, que é a soma, a reunião, o conjunto de todos os mundos, galáxias, constelações, sistemas planetários. Jesus, Seu Enviado, presidiu a formação do orbe terrestre, daí ter afirmado: — “Sou o princípio de todas as coisas, eu que vos falo.” E nós acrescentamos, em nome das luzes da Doutrina Espírita: de todas as coisas terrestres.
 Diz Emmanuel que o Cristo organizou o cenário da vida, criando, sob as vistas de Deus, o indispensável à existência dos seres do porvir”.

 Em todas as suas referências, Jesus sempre esclarece que não é Deus.
 Que não é Onipotente.
 Que a Sua vontade está condicionada à do Pai.
 Em comovedora, constante e sublime demonstração de obediência e compreensão filiais, põe sempre acima do Seu o Poder de Deus.
 Embaixador Celeste, nada fez em discordância com a vontade do Pai, que O enviou, em missão apostolar, ao globo terrestre.
 A Sabedoria e o Amor do Pai, que O fez descer das infinitas regiões de luz para as sombras do mundo, estiveram sempre com o Filho. Nos pensamentos, nas palavras, nas atitudes.
 Eram e são, por conseguinte, um pelo pensamento, um pelo coração, um pela inteligência. Tanto quanto os discípulos, tocados pelo ideal evangélico — de que era Jesus a personificação na Terra — eram também um com o Mestre.
 Os discípulos estavam com Jesus, quanto Jesus estava com os discípulos.
Nada mais claro. Nem mais lógico. Nem mais simples. Quando um Embaixador, um Ministro, um Cônsul, afinal, segue invariavelmente a orientação do governo que representa, embora representante e governo sejam pessoas distintas, são um pelo pensamento, porque um executa fielmente a vontade do outro.
 Não houve até hoje, na Terra, quem representasse com tamanha fidelidade o pensamento do seu representado, como Jesus o fez com relação a Deus.
 Basta meditar sobre isto: Deus é Amor, Jesus é Amor. Deus governa o Universo, de que a Terra é minúsculo departamento. Jesus é o Mandatário do Pai neste mundo. Mas são um pelo pensamento.

 Martins Peralva                                    " Estudando o Evangelho "

 Deixe seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário