quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Evangelho - Jesus e Deus – 2º


Olá,

 Meu Pai, nas tuas mãos entrego a minha alma.

 Vai o Espiritismo ganhando terreno não só no coração, mas também na consciência da Humanidade, em virtude da lógica de sua doutrina e da clareza com que estuda e elucida os problemas da evolução espiritual.
 E como os explica com simplicidade, a cada dia mais se vêem os seus adeptos defrontados com variadas interpelações, das mais simples às mais complicadas.
Percebe-se, no homem moderno, a ânsia do conhecimento. E como quem está sequioso procura, naturalmente, dessedentar-se, vem-se o Espiritismo constituindo, sob os clarões do Evangelho, a fonte generosa que a todos ampara, na sublime missão de servir.
 Inegavelmente vem sendo a Doutrina Espírita o poço de Jacob da atualidade. Localizado à margem do caminho, fornece aos viajores a preciosa linfa do esclarecimento e da consolação.
 Assim sendo, cresce a responsabilidade dos que lhe abraçam os ideais renovativos; eis que se tornam alvo de expressivas indagações, inclusive das que se referem à personalidade de Jesus, que, no parecer de muita gente, é o próprio Deus.
 Embora dispensando o maior apreço à opinião dos que pensam, aceitam e difundem a idéia de que Jesus e Deus são a mesma entidade, somos compelidos a abordar, com sincera genuflexão, o delicado e transcendente problema.
 Coloquemos, todavia, à guisa de moldura, as próprias palavras do Mestre.
Folheemos, pois, mui respeitosamente, o Evangelho do Senhor — Repositório de Suas lições, Santuário de Suas palavras.
 Deixemos que os próprios ensinos do Cristo de Deus façam luz sobre o assunto, equacionem o problema que tanto tem aguçado a curiosidade dos homens.
 As passagens que alinharemos a seguir foram extraidas do Novo Testamento. Todas elas se reportam, com absoluta clareza, ao assunto em estudo, deixando, pelo menos a nós, Espíritas, a convicção de que Jesus é um, e Deus é outro.
 Um — é o Pai; outro — é o Filho.
 Deus — o Criador do Universo. Jesus — o Governador Espiritual da Terra.
 O primeiro — Outorgante. O Segundo — Outorgado.
 Reflitamos, pois.
 “A palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou.” — João, capítulo 14º, versículo 24. “Porque me chamais bom? Não há bom senão um só, que é Deus.” — Mateus, capítulo 19º, versículo 17; Marcos, capítulo 10º, versículo 18; Lucas, capítulo 18º, versículo 19.
 “... eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” — João, capítulo 6º, versículo 38.
 “Assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai me ordenou.” — João, capítulo 14º, versículo 31.
 “Quem quer que me recebe, recebe aquele que me enviou.” — Lucas, capítulo 9º, versículo 48.
 “... agora procurais dar-me a morte, a mim que vos tenho dito a verdade que aprendi de Deus.”
— João, capítulo 8º, versículo 40.
 “Ainda estou convosco por um pouco de tempo e vou em seguida para aquele que me enviou.” — João, capítulo 7º, versículo 33.
 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador a fim de que esteja para sempre convosco.” — João, capítulo 14º, versículo 16.
 “Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.” — João, capítulo 14º, versículo 28.
 “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice.” — Mateus, capítulo 26º, versículo 39.
 Mais adiante, no versículo 42, continua a sublime e incompreendida conversação com Deus: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice, sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.”
 Mais adiante, ainda, o incisivo, admirável, incontrovertido apontamento de Lucas (capítulo 23º, versículo 46): — “Meu Pai, nas tuas mãos entrego a minha alma.”

 Jesus declara que a palavra ouvida não foi sua, mas do Pai.
 Que Ele não é bom, mas Deus o é.
 Que não desceu do Céu para fazer a Sua vontade, mas a d'Aquele que O enviou.
 Que ama o Pai.
 Que quem O recebe, recebe Aquele que O enviou.
 Que aprendeu a verdade de Deus.
 Que vai para junto d'Aquele que O enviou.
 Que rogará ao Pai e Ele nos dará outro Consolador.
 Que, se O amássemos, alegrar-nos-íamos de que fosse para o Pai.
Que o Pai é maior do que Ele.
 Pede que o cálice seja afastado d'Ele, se possível. Que, se não for possível, se faça a vontade do Pai. Entrega, afinal, nas mãos de Deus o Seu Espírito, a Sua Alma.

 Marins Peralva     " Estudando o Evangelho "

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