quarta-feira, 16 de maio de 2018

Cotidiano - Página do caminho

Olá,

 Não aguardes o amigo perfeito para as obras do bem.
Esperavas ansiosamente a criatura irmã, na soleira do lar, e o matrimônio trouxe alguém a reclamar-te sacrifício e ternura.
 Contavas com teu filho, mas teu filho alcançou a mocidade sem ouvir-te as esperanças.
Sustentavas-te no companheiro de ideal e, de momento para outro, recolheste mistura vinagrosa na ânfora da amizade em que sorvias água pura.
 Mantinhas a fé no orientador que te merecia veneração e, um dia, até ele desapareceu de teus olhos, arrebatado por terríveis enganos.

 Contudo, embora a dor de perder, continua no trabalho edificante que vieste realizar…
Ninguém reprova o doente porque sofra mal-humorado.
Ninguém censura a árvore que deixou de produzir porque o lenhador lhe haja decepado os braços frondejantes.
Quase sempre, aqueles que tomamos por afetos mais doces, crendo abraçá-los por sustentáculos da luta, simbolizam tarefas que solicitam renúncia e apostolados a exigirem amor.
 Não importa o gelo da indiferença, nem o bramido da incompreensão, se buscamos servir.
O coração mais belo que pulsou entre os homens respirava na multidão e seguia só.
 Possuía legiões de Espíritos angélicos e aproveitou o concurso de amigos frágeis que o abandonaram na hora extrema.
Ajudava a todos e chorou sem ninguém.
 Mas, ao carregar a cruz, no monte áspero, ensinou-nos que as asas da imortalidade podem ser extraídas do fardo de aflição, e que, no território moral do bem, alma alguma caminha solitária, porque vive tranquila na presença de Deus.

Albino Teixeira/Francisco C. Xavier                 "O  Espírito da Verdade"

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